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Fotoblog do Quico

Deixo-vos amigos aqui

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Tenho saudades dos tempos que por montes e vales caminhava com a minha bela Olympus na mão



10.10.20

O Falcão Peregrino e o Ventor 2


Ventor e Quico

Pedi ajuda para me ajudarem a apanhar o falcão. Trouxemos uma manta e ficamos cá fora à espera que o sol rodasse do lado das janelas e, mais um pouco, o espaço ficaria mais escuro. Entretanto evitávamos que o falcão continuasse a massacrar-se contra as janelas. Ouvimos o falcão atirar-se contra uma das janelas e a Tata, com a manta na mão, entrou e viu que o animal estava no chão. Aproximou-se, colocou-lhe a manta em cima e trouxe-o cá para fora tapado.

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Disse à Tata para o pousar no chão, destapa-lo e deixar ele decidir. Cá fora, em plena liberdade, espreitou-nos a todos. Éramos sete. O João foi buscar água numa caixa de plástico e ele, calminho, bebericou. O João que não tinha nada para lhe dar, trouxe-lhe um bocado de pão a pensar que ele comia como os melros. Mas o falcão não pegou no pão e, se calhar, até lhe pedia um bife mas, nada!

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Na brincadeira, disse-lhe: «não tenhas pressa, estás entre amigos. Fica o tempo que quiseres. Se calhar ainda tenho que te levar à GNR para tomarem conta de ti».

Cheguei a convencer-me que o animal se teria ferido, com toda a sua brutalidade, contra as vidraças. Mas não. Ele fez uma tentativa de se ir embora mas voltou a olhar para nós como a perguntar se estava livre. «Estás livre, se és capaz vai-te embora». Ele até parece que entendeu. Com toda a calma do mundo levantou voo, passou ao lado do eucalipto e foi pousar sobre os paus de madeira que cercavam o local dos rodeios para os cavalos. Olhou para nós e disse: "adeus Ventor, prometo nunca mais voltar a entrar dentro de celeiros ou o que quer que seja".

Levantou voo e foi um prazer conviver uns minutos, em liberdade, com um belo animal que nunca mais esquecerei. Vem do post anterior.

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Eu sou o Pingas, o cisne amigo do Quico e do Ventor. Agora, sem o Quico, estarei por aqui a tentar animar o Ventor

10.10.20

O Falcão Peregrino e o Ventor 1


Ventor e Quico

No Cartaxo, num prédio que tinha sido uma cavalariça, com as janelas altas onde só chegava de escadote para as conseguir abrir. Com pouca luz, ouvi um estrondo contra as vidraças de uma das quatro janelas, por onde entrava a luz. Vi uma ave pousada junto à vidraça e pensei que era um pombo. Disse-lhe que já o tirava dali, mas observei melhor e era um pombo grande de mais e verifiquei tratar-se de uma ave de rapina.

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Pela forma do corpo e cores das penas, com aquela cabeça de deus Hórus, só podia ser um falcão peregrino. Saiu da janela e voltou a voar contra outra mas como não conseguia a fuga tentou uma terceira vidraça e depois de tanto bater contra os vidros e de se pendurar na parede, tentou melhor situação no chão, à minha frente.

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O seu porte é mesmo semelhante ao Hórus dos egípcios. Já está pronto para fazer mais umas tentativas. Levanta voo e pronto! O ímpeto era tão grande que eu não sei como não partia os vidros ou dava cabo dele. Saí da cavalariça e deixei a porta aberta pois era a única forma que tinha de o ajudar. As outras portas estavam fechadas e a porta por onde eu saí não era visível devido a paredes que delimitavam os sítios que separavam os cavalos. Podia ser que ele visse a luz mas insistiu nas vidraças das janelas por onde a luz entrava. Comigo já cá fora, para ir em busca de uma manta para lhe colocar em cima quando estivesse no chão, continuava a ouvir os estrondos das suas tentativas no seu dilema de «ou saio ou morro».

Continua aqui.

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Eu sou o Pingas, o cisne amigo do Quico e do Ventor. Agora, sem o Quico, estarei por aqui a tentar animar o Ventor